31 dezembro, 2002

2003 - previsões e promessas
- Vou emagrecer
- Vou gritar "é campeão"
- Vou juntar mais dinheiro ao longo do ano, fazendo mais festas
- Vou torcer pelo governo
- Vou comprar mais um CD dos Rolling Stones
- Vou viajar na Semana Santa
- Vou comemorar um aniversário de Marcele
- Vou mudar a estrutura do meu quarto
- Vou me estressar menos
- Vou dar um tempo de egotrip
- Vou comer só um, e não dois sanduíches a cada vez que eu for no Cervantes
- Vou gastar menos
- Vou comprar menos livros - e ler os trocentos que estão na fila
- Vou ler mais Cortázar
- Vou fazer mais exercícios
- Vou pegar mais sol
- Vou escrever e apurar melhor
- Vou mais ao Maracanã
E principalmente, ao contrário do que aconteceu em 2002, não vou prometer que nunca mais faço promessas e previsões para o ano que começa.
E para todos nós, um 2003 repleto de conquistas (para nós rubro-negros, a Copa do Brasil já tá bom)

Graaaaaannnde kaiser...
Está lá no Globo On, na coluna do tio de um amigo meu: New York Times diz que "FHC foi um grande presidente para o Brasil"; acho exagerado, afinal, 2002 fechou com superávit de R$ 13 bi na balança comercial, o câmbio em queda, mas "estranhamente" as tarifas públicas foram para a PQP e a inflação para a casa do cacete, sem contar o desemprego e a crise geral na área de produção.
Então é assim: tá todo mundo na merda, mas a gente pelo menos pode ficar feliz com o superávit da balança comercial, né?
Porra, depois tem nego que critica o povo ficar feliz com o futebol.
Agora, dá para entender mais ou menos o raciocínio do NYT: é na mesma linha de raciocínio que eu dizer: "Eurico Miranda está sendo um grande presidente do Vasco". Para mim, pelo menos, tem sido. Para mim, que sou Flamengo.

Então tá
A Telefônica Celular publicou no Globo e no Globo On um anúncio que diz: "Feliz 2004 - desculpem, é a nossa mania de antecipar tudo para os nossos clientes".
Quanta babaquice. Alguém deveria pichar, caso haja outdoors: "Sim, feliz 2004, porque 2003 vai ser foda, vamos ter que tirar muita grana dos nossos clientes para pagar festas em que o Edilásio Júnior faz matérias importantes para nossa divulgação".

Quebrando promessas
Prometi só voltar a atualizar essa bodega no dia 2, dia de meu aniversário. Mas aí me toquei de que seria muito em cima para avisar que no sábado, dia 4 de janeiro, eu e a Elis vamos dividir uma festa, pois ela comemora dia 5.
E, claro, estaremos comemorando também mais um aniversário - no dia 9 de janeiro, nasceu Elvis.



Segunda-feira para sempre lembrar
Após mais de oito anos trocando de emprego e inclusive em uma das vezes sendo demitido DOIS DIAS antes do início das férias, nesta segunda-feira, dia 30 de dezembro, eu finalmente parei.
Sim, é o primeiro dia da minha folga, que vai emendar com minhas férias.
A sensação, para mim, é inédita. Para mim, aumenta o prazer, não ter que ir para o meu local de trabalho - gosto do meu emprego, mas simplesmente detesto o lugar onde ele se situa. Sair da estação, de um metrô lotado, todos os dias, para caminha 150 metros sob um sol implacável, desgasta muito.
E hoje fui fazer a inscrição em um concurso, de lá fui com o dono da birosca, às 15h de uma segunda-feira, fazer o que só é permitido à fina flor da vagabundagem em um horário desses: jogar sinuca. E fiquei pensando: "inscrição no concurso, 50 reais; passagem de metrô, 1 real e 47 centavos; hora de sinuca, nove reais; um dia inteiro sem email: não tem preço".
Não tem preço e nem descrição, este meu primeiro dia de férias.

Ela sabe dar presentes como ninguém mais no mundo sabe
Natal, além de tudo, tive boas surpresas: a melhor de todas foi o presente que ganhei de minha namorada, Marcele: o CD Brainwashed, póstumo do extraordinário George Harrison. Um editor de jornal popular disse que achou muito country. Eu concordo - mas só a primeira faixa que é exagerada. O resto, inclusive a belíssima "Rising Sun", é de comover.

Escolhas
No ano passado, eu fiz a lista assim:
Adeus, 2001
O melhor de 2001
Filme do ano: "15 minutos", com Robert de Niro e Edward Burns
Música do ano: "I´ll take the rain", do novo disco do REM, "Reveal"
CD do ano: Beth Carvalho canta Nélson Cavaquinho empatado com Roberto Carlos
Acústico
Show do ano: Neil Young no Rock in Rio
Festa do ano: Alexandre Lalas, festa-show no Espaço Arpoador
Time do ano: Flamengo, tricampeão e campeão da copa dos campeões, além de ir
para a final da Mercosul
Mala do ano, categoria masculino: Luiz Felipe Scolari
Mala do ano, categoria feminino: Vera Fischer
Loucura do ano: Racionamento de energia do Governo Federal colocar meta do
verão igual a do inverno
Homem de visão do ano: Sílvio Santos
Mulher de visão do ano: Bárbara Paz
Programa de TV do ano: Casa dos Artistas
Site do ano: http://www.darwinawards.com
Livro do ano: O vermelho e o negro, do Ruy Castro
Figuraça do ano: André Gonçalves, o ator maluco do avião
Gol do ano: Petkovic, na final contra o Vasco da Gama
Craque do ano: Romário
Mico do ano: Edmundo Santos Silva, presidente do Flamengo, chorando na CPI



Agora, é isso:
O melhor de 2002:
Filme do ano: "Cidade de Deus" (metade da cidade se apaixonou pelo bordão "Dadinho é o caralho, meu nome agora é Zé Pequeno)
Música do ano: "Come rain or come shine", de Johnny Mercer. Tá certo, é antiga, mas para mim foi a música do ano.
CD do ano: Brainwashed, de George Harrison
Show do ano: Roger Waters na Apoteose - disparado, o melhor
Festa do ano: O grande casamento do dia 22 de dezembro
Time do ano: Flamengo, pois foi o que fez mais gente sofrer
Mala do ano, categoria masculino: Galvão Bueno
Mala do ano, categoria feminino: Regina Duarte
Loucura do ano: Coréia do Sul e Turquia em semifinal de Copa do Mundo
Homem de visão do ano: Luiz Felipe Scolari, que era mala em 2001 por não levar Romário
Mulher de visão do ano: Kelly Key
Programa de TV do ano: Os Normais
Site do ano: http://mundoperfeito.blogspot.com (os geradores de letras são sensacionais)
Livro do ano: Ilusões armadas, os dois do Elio Gaspari - divide o posto com Hiroshima, de John Hersey (ambos Cia. das Letras)
Figuraça do ano: Sérgio Noronha, dormindo durante a Copa do Oriente
Gol do ano: o terceiro do Santos na final contra o Corinthians, marcado por Léo
Craque do ano: Ronaldo Nazário
Mico do ano: Edmundo Santos Silva, presidente do Flamengo, de novo! Só que desta vez pelo pé na bunda que levou...

Por que a procura (leia mais abaixo para entender)
Sempre pergunto pelo Maggi pelo seguinte: sou uma espécie de assessor de imprensa do homem. Sim, tem ironia na frase, mas não é com o dono do Não é Caldo.... Acontece que no meio do ano passado meu nome andou saindo na coluna dele de sites - coisas do tipo "Gustavo de Almeida indicou o site tal, etc".
Negozinho que há anos não dirigia a palavra a mim e não me procurava para porra nenhuma deve ter lido. Chego em casa um belo dia e tá lá a voz - "Gustavo, me liga aí, preciso falar com você".
Na época, desempregado, cheguei até a cogitar a possibilidade de, "pô, pintou alguma parada, esse cara nunca me liga"
Aí ligo, vêm as perguntas costumeiras de praxe, como vai, tudo bem, o que tá fazendo, etc.
E claro, vem a bomba: "Tu é amigo do Sérgio Maggi, né?".
E: "Sabe o que é, é que eu tou com um site aí, se ele pudesse dar uma forcinha...."
Eu, heim....cada uma...

A todo vapor
O assédio moral e a inépcia nas relações de trabalho devem estar em alta. Afinal, o nosso blog http://rhnegativo.blogspot.com em três dias de existência já passou a barreira dos cem acessos. Passem lá e vejam.

De lado a lado
Tenho que desprogramar a CNT do meu controle remoto, de alguma forma. Passo por lá e vejo que está rolando o impagável programa Deles e Delas. Esse programa na verdade começou na TVE em 1990, e o título - que deve ser de propriedade do produtor, filho do Chacrinha - tinha uma proposta mais original: o Deles era um programa em que os entrevistadores mudavam e eram todos homens - e uma mulher obrigatoriamente era a entrevistada. E o Delas, o contrário.
Aí você pega e coloca frente a frente Garotinho e Júlio Lopes (o ex-vice do Flamengo e atual deputado federal eleito - que toma posse em fevereiro), Garotinho sendo entrevistado. A cascata pode aparecer de lado a lado.
- Governador (n.do b. - o título é vitalício), então deixe sua mensagem de Natal.
Aí você nota, fácil, que o programa foi gravado antes do Natal, e o Garotinho corrige, meio cínico, sabendo da data em que o programa iria ao ar:
- Natal, não, né? Ano Novo....
E acrescenta, após a concordância do Júlio Lopes:
- O Natal já passou, foi uma festa tão bonita....
Sacaram?
E são esses caras que têm poder.

Reward
Curiosidade: por onde anda Maggi? "Não o vejo por lá há dias", me diz o dono da Birosca, que racha um apartamento com o homem.
Bom, se alguém tiver indícios, tente apurar o valor da recompensa ou do resgate.

27 dezembro, 2002

Inspiração do Dilbert
Eu e minha namorada, Marcele, criamos ontem o blog RH Negativo, destinado a reunir histórias que provam a insanidade de diversos departamentos de RH por aí. Como não podemos ficar restritos, é claro que, seguindo a inspiração das tirinhas do Dilbert, estaremos publicando toda e qualquer história que demonstre insanidade ou mesmo a capacidade de as empresas transformarem seus funcionários e gerentes em máquinas ou debilóides.
Garantimos, claro, sigilo absoluto nas histórias que nos forem enviadas pelo email blogrhnegativo@hotmail.com. Prestigiem.
Ah, e até dia 2 de janeiro. Desta vez é sério!

25 dezembro, 2002

Natal
Um dos melhores dos últimos anos, apesar de eu estar extremamente cansado, com poucas horas de sono. Passei com parentes dela, e, claro, com ela, o que já bastaria para eu dizer que este foi um ótimo Natal. Mas como apenas isso não seria suficiente no entender de Marcele, ela ainda me deu de presente o maravilhoso Brainwashed, disco póstumo de George Harrison, altíssimo nível, mais um disco para ficar na nossa lista de presentes inesquecíveis. Ainda ganhei também de Marcele, mas junto com a família dela, dois livros da série que está relançando a obra do Henfil - ambos da Graúna. Agora estou com os três.
Dei a minha namorada um Snoopy de pelúcia, mas ainda devo comprar mais coisas para ela. Ah, e meu presente para mim mesmo foi o livro "Hiroshima", de John Hersey, lançado este ano pela Companhia das Letras. Trata-se de uma reportagem publicada na "New Yorker" em 1946, enfocando o dia em que lançaram a bomba. A narrativa é calcada na descrição de seis personagens-sobreviventes.
Tá, Natal é para paz. Mas "Hiroshima" é uma aula de jornalismo, carreira onde ainda tento alguma coisa, os últimos cartuchos, antes de ser aprovado em algum concurso público e desistir de vez.
Aliás, quem sabe em 2003 isso não acontece?
Nada é certo - a única certeza é que espero que o ano que vai começar seja sempre especial para os leitores que acompanham essa egotrip virtual desde novembro de 2001.
Até dia 2.

Quando acabar, o maluco sou eu
Às vezes tenho a sensação de que todo mundo é esperto e inteligente e só eu é que sou otário ou maluco. Por exemplo, quando chega um email desses, com o seguinte texto:
Visitei o seu site e gostei muito.
Também tenho um site que é muito legal.
Dá uma olhada: http://www.luizhenrique.com - Acidez Mental e Estomacal
Vamos trocar links?
Um forte abraço, LHC

Alguém lê um texto desses e acha que foi escrito no modo "particular" - ou seja, dá para achar que o cara viu "o meu site" e mandou um email para mim? Ou eu sou muito paranóico ao achar que o autor simplesmente copiou uma porrada de emails de blogs e mandou o SPAM para todo mundo, querendo causar em quem recebesse uma impressão de que a mensagem era pessoal?
Bom, vou fingir então que sou bobo e vou fingir que não é nada disso. Vou realmente trocar link, e numa bela tarde dessas vou navegar em blogs como Mundo Perfeito e descobrir que caí direitinho. Por quê? É só ler aqui para entender.
Às vezes tenho mesmo medo da internet.

Emails-cascata
Antes de repassar uma corrente ou um daqueles emails com CUIDADO VÍRUS, todo mundo deveria dar uma olhada neste site. Tem gente que vive espalhando o email que manda o usuário procurar e apagar um arquivo que já vem com o Windows - mas é o pessoal que acredita piamente na internet como propagação de informações exclusivas de quem tem internet. Bobagem. Ninguém nunca precisou de internet para saber que banana prende e mamão solta (ou o contrário). A internet é excelente como fonte de pesquisa, como meio de comunicação, mas daí a imputar-lhe uma sabedoria, vai uma longa distância.
Além de ter diversas lendas que são repassadas pelos bobos, tem essa aqui que é demais: http://www.quatrocantos.com/lendas/109_vozes_do_inferno.htm. Trata-se de um texto sobre cientistas que encontraram uma porta para o inferno. Espetacular. Leitura engrandecedora, nestes tempos em que bimbalham os sinos.

23 dezembro, 2002

A vida, como ela seria
O ano de 1998 costuma ser lembrado por mim e por alguns amigos como o "Ano da Graça". Foi um ano de muita festa, porres históricos, amores e amizades sendo construídos, momentos que a gente conta até hoje. E me lembro que aquele ano começou com uma grande festa no Alto de Laranjeiras, em uma casa com piscina. Para mim, aquela festa começou um ciclo, que se prolongou até 2002, com mudanças que afetaram a todos.
No domingo passado, como se fosse em um filme, o ciclo se encerrou, com outra grande festa, desta vez no Alto da Boa Vista, também em uma casa com piscina. Mais uma vez fiz a reflexão:1998 foi um ano bom, em que o Brasil quase foi penta, eu quase namorei, alguns amigos quase idem, mas ficou tudo no quase. Já 2002 foi o ano em que se concretizaram a maioria dos sonhos de 1998. O Brasil foi penta, e o ano terminou com um casamento, um grande e maravilhoso casamento, emocionante como poucos que eu já vi.
Me veio esse sentimento de estar em um fim de filme, ou em um começo. Estavam quase todos lá, como personagens principais de várias faces da nossa história. Uma cerimônia com música, e depois da cerimônia, uma festa com as músicas que marcaram esses quatro anos, inclusive "Candy" e "Roadhouse blues". Ah, e "L.A. Woman", que encerrou a festa de 1998 em grande estilo, com pessoas dançando até deitadas.
E eu estava lá, ao lado da minha companheira, que eu tive a sorte de encontrar em 2002. Uma sorte indescritível, para um cara que, apesar de já ter namorado bastante, não é exatamente um sucesso com as mulheres. Mas a encontrei, o que me fez ver que 2002 não teve "quase". Para ninguém. Pelo bem ou pelo mal, as coisas aconteceram - até mesmo males que vieram para bem, como muitos que perderam empregos malfadados.
Ver todos os personagens, bem vestidos, de terno e gravata, depois todos bêbados, numa felicidade rara, foi espetacular. O casamento, claro, eu não digo de quem foi, porque não é legal - os noivos não podiam chamar todo mundo que queria, assim exatamente como acontece em qualquer casamento caro. A cerimônia em si foi algo indescritível. Ao invés de músicas sacras, "Você é linda" foi a trilha sonora para a entrada de uma noiva aos prantos. Um momento único, que todos viveram ao mesmo tempo. Como se não houvesse tempo por uns minutos.
Sim, esse foi o ano de 2002, que acabou ontem, no domingo 22 de dezembro. E, como já citei o lugar-comum de que a festa parecia o final de um filme, vou enveredar de vez pelo chavão e citar outro filme para definir este ano que passou: 2002 sim, foi o primeiro ano do resto de nossas vidas.
Que sejamos felizes, pois. É nossa obrigação e nosso motivo maior.
Até 2003.

20 dezembro, 2002

Não há limites para o Delivery
Notícia extraída de um portal:
Canadá cria site que entrega maconha em casa para fins medicinais
Sexta, 20 de dezembro de 2002, 11h25
Os ativistas canadenses pelo uso medicinal da maconha celebraram uma vitória judicial ontem com o lançamento de um site que oferece entrega de maconha a domicílio para pessoas seriamente doentes.
Dizendo que oferecerá até mesmo deduções de impostos para os pedidos, a Marijuana Party Foundation tomou essa decisão sem precedentes depois que Gilles Cadieux, juiz da corte superior de Quebec, suspendeu o julgamento por tráfico de drogas de dois voluntários do Compassion Club de Montreal, um grupo que fornece maconha para propósitos medicinais.
Em sua decisão, muito aguardada, o juiz Cadieux decidiu que os dois ativistas, Marc-Boris St. Maurice, 33, e Alexandre Neron, 22, estavam planejando vender maconha quando foram detidos três anos atrás. Mas o juiz ressaltou que era inconstitucional negar o acesso a droga a pacientes.
O juiz Cadieux disse que não tinha autoridade para julgar a constitucionalidade das leis canadenses sobre a maconha. Os promotores não informaram se apelariam de sua decisão.
No começo do mês, um comitê parlamentar recomendou ao governo canadense o relaxamento de suas leis sobre a posse de maconha. O comitê de uso não medicinal de drogas disse que a maconha deveria ser descriminada, mas não legalizada, uma idéia rapidamente condenada por especialistas norte-americanos no combate a drogas.
Entrega de maconha em domicílo
Entusiasmado com a decisão do juiz Cadiueux, St-Maurice a saudou como vitória tanto moral quanto judicial. A Marijuana Party Foundation, operada pelo Partido da Maconha, que funciona legalmente no país, reagiu lançando imediatamente um site na Web que oferece maconha para fins terapêuticos.
O site, www.marijuanahomedelivery.ca, oferece dois formatos de "cannabis terapêutica da mais alta qualidade", com conteúdo de THC de 8% ou mais. Um pacote de dois gramas custa 30 dólares canadenses (US$19), e os internautas podem pedir 10 gramas por 120 dólares canadenses.
Os que desejarem pedir maconha precisam ser cidadãos canadenses, morar no Canadá, ter pelo menos 18 anos e fornecer um diagnóstico médico de uma doença que possa ser tratada ou aliviada pelo uso da maconha.

19 dezembro, 2002

Blog novo na área
É o do repórter e rubro-negro Daniel Kaz, que rala aqui pelas bandas da Cidade Nova cobrindo futebol do Brasil e do mundo. O endereço é http://passokaz.blogspot.com. Vale a visita.

Cinco dias quebrando a cabeça
Comprei um presente para Marcele, de Natal. Ela faz questão de adivinhar o que é, antes de abrir. Eu prefiro fazer surpresa. Pela primeira vez, não comprei nem CD e nem livro.
Como minha namorada insiste em saber pistas do que é, fui dizendo. No final, tínhamos a charada: o que é branco, fica no quarto, tem a ver com quadrinhos e não é de comer?
Resposta daqui a cinco dias, no Natal. Enquanto isso, tadinha da Marcele, vai ter que quebrar a cabeça adivinhando....

Yeaaahh
Ganhei de Natal e Aniversário (meu irmão abonado me deu) os dois livros de Elio Gaspari sobre a ditadura militar. Sensacional. Valeu a pena abrir o pacote antes. Espetacular.

Mudanças de fim de ano
Penso em mudar algo por aqui para 2003. Nova template, sei lá. Mas enquanto isso, a Birosca apresenta sua nova template. Vale a visita.

18 dezembro, 2002

Natal com fome
Vi semana passada lá no blog do Mau um banner da campanha Natal Sem Panetone. Estou para pedir a Marcele que passe uma cópia para meu blog, pois sou também opositor dessa incompreensível iguaria natalina. Aliás, não sei por quê uso a palavra "iguaria". Trata-se de um bolo velho e dormido, com gosto de costado de cadeira, com uns pedaços de frutas podres dentro. Tudo embalado por um papel fedorento. Enfim, um terror.
Aliás, o tempo passa, a camada de ozônio vai se desfazendo, o mundo abaixo do equador vai ficando cada vez mais quente e lotado. Por isso tudo, já estava na hora de abandonar absolutamente todos os símbolos de Natal como Papai Noel, renas (animais associados à boiolice), neve, casacos pesados, gorros, PINHEIROS (é inacreditável que a gente pendure pinheiros na porta de casa), e petiscos horrendos como nozes, avelãs, castanhas, etc, etc. Por mim, fico só na ambígua rabanada.
Não é questão de luta contra a colonização. É só conforto. Em dezembro, o calor começa a ficar insuportável, neguinho toma seis sorvetes por dia, bebe dois litros dágua, a venda de sucos e refrigerantes triplica. No Natal, a gente finge que esquece tudo isso e taca para dentro panetone, nozes, avelãs, amendôa, sei lá, e ainda o vinho. É minha bebida preferida, mas beber no calor de dezembro é coisa de maluco.
Sinceramente, prefiro ficar com fome no Natal a comer esses troços. Ainda bem que rola sempre um chester esperto.
E ainda os símbolos todos, Papai Noel de trenó (caramba, onde se consegue um trenó no Brasil?), casaco vermelho pesado, um troço ridículo. Em homenagem a esse protesto de Natal, coloco abaixo o email que recebi de um amigo, com pedidos e respostas de um Papai Noel bem brasileiro.
Cartas para um Papai Noel Estressado)
Kerido Papai Noéu:
Eu qeuria ganhá um joginho espasiau de prezente de natau... Tenho cido um boum minino neste ano.
Ti adoro,
Marco.
Querido Marco:
Sua ortografia é excelente!!!! Parece um índio escrevendo... Definitivamente terá uma brilhante carreira na vida... Como auxiliar de pedreiro!!! Tem certeza que você não prefere livro de português? Quanto ao joguinho espacial, darei ao seu irmão, pelo menos ele sabe escrever!!! Um abraço, Papai Noel
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Querido Papai Noel
Tenho sido uma boa menina este ano. A única coisa que peço é paz e amor para o mundo...
Com amor,
Sara
Querida Sara:
Voce anda fumando maconha???
Papai Noel
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Querido Papai Noel:
Poxa, fazem 3 anos que venho pedindo um caminhãozinho de bombeiro e nada.... Por favor vê se desta vez voce me traz um!!!
Obrigado,
Luis
Querido Luis:
Seus pedidos já me encheram o saco!!! Mas enfim, desculpe-me por favor. Quando voce estiver dormindo, incendiarei a sua casa. Assim terá todos os caminhões de bombeiros que sempre desejou!!!
Papai Noel.
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Querido Papai Noel:
Não sei se voce pode, mas gostaría de ver meus pais juntos outra vez este ano. Com amor Julia
Querida Julia:
E o que voce quer garota?? Que eu arruine a relação de seu pai com a sua secretária??? Deixe ele se divertir com uns seios de verdade!!! Melhor te dar uma Barbie...
Papai Noel
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Querido Papai Noel:
Quero uma bike, um nintendo, um computador, uma caixa de Lego, um cachorrinho, um ponei e uma guitarra. Com carinho, Tibúrcio
Querido "T I B Ú R C I O"???:
Mais alguma coisa????
Quem foi o infeliz que te deu este nome? Huahuahuahuahua!!!! Na verdade você não quer porra nenhuma não é mesmo??? Porém tenho uma sugestão... Que tal trocar de nome?
Papai Noel
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NOTA: A MELHOR É ESSA!
Querido Papai Noel:
Deixei embaixo da árvore de natal umas empanadas para voce e cenouras para as renas.
Um beijinho,
Susane
Querida Susane:
Empanadas me dão diarréia, e cenouras fazem minhas renas peidarem em minha cara...
Quer me agradar sua puxa-saco?? Ao invés de porcarias, ponha uma garrafa de Chivas, uns Toblerones e convença a sua mãe a se pôr com aquela lingerie transparente que ela usa com o carpinteiro.
Um beijão,
Papai Noel
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Querido Papai Noel:
Como diz aquela canção: "Venha velhinho, de noitinha, quando durmo meu soninho..."
Espero voce Noelzinho!!!
Te adoro,
Joana
Querida Joana:
Como você é ingênua!!!! Bom saber, pois este ano vou assaltar a sua casa!!!
Papai Noel
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Querido Papai Noel
Por favor!!! Por favor!!! Por Favor!!! Por favor!!! Dá um cachorrinho pra mim!!! Por favor!!! Por favor!!! Por favor!!!
Com imploração, Juninho
Querido Juninho!!!
Esse tipo de imploração funciona melhor com os seus pais, já que você é adotado (ops falei!!! agora já era) e eles te toleram demais... Já comigo não funciona.. Comigo o buraco é mais embaixo... Pare de ser mala!!!
Vou te dar mais outro pijama!!!

Sensacional
Assinei há algumas semanas o mail-list do engraçadíssimo site http://www.feromonio.com.br , destinado a dar "dicas" para nerds e vender um produto que, segundo eles, coloca qualquer mulher ao pé do sujeito mais babão do mundo. Digo "ao pé" e não "aos pés" porque o cara pode inclusive ser perneta que não tem problema.
Me divirto com todos os mails, mas o que recebi hoje não tem comparação, é engraçado demais. Publico abaixo:
Os 6 Mandamentos Don Juan da Linguagem Corporal - Parte 4
6° Mandamento:Você Deve Balançar a Cabeça
Balançar a cabeça pode ser difícil de dominar. É uma das coisas que se deve constantemente lembrar de fazer... pois não fazemos isso naturalmente. Mas isso pode ser um poderoso reforço. Você pode aumentar o comportamento desejado simplesmente balançando a cabeça em forma de assentimento, e diminuir o comportamento não desejado não balançando a cabeça.
Por exemplo, se a conversa está indo numa direção que você gosta, você pode afirmar, balançando levemente a cabeça em sinal de aceitação, para assegurar que continue nessa direção. Se a conversa começa a ir numa direção errada, você pode tirar a sua atenção, não balançando sua cabeça, e parar ela rapidamente. Então, use sua habilidade de conversar para levar a conversa numa direção desejável.
Ela vai adorar você por balançar a cabeça. Ela vai se animar e ficar mais entusiasmada quando você balançar a cabeça em resposta ao que ela tem a dizer.
Balançar a cabeça diz que ela é interessante, que o que ela está dizendo é interessante, que ela tem sua atenção exclusivamente, e que você é alguém que sabe concentrar a atenção em outras coisas além de você mesmo.
Faça uma pequena experiência. Ouça alguém sem balançar a cabeça em sinal de aceitação e olhe como essa pessoa começa a falar meio confusa ou desconfortável. Então comece a balançar a cabeça ouvindo essa pessoa e observe como ela fica mais entusiasmada e excitada com a conversa. O poder de balançar a cabeça vai impressionar você.
Então ai estão. Os 6 Mandamentos de Don Juan da linguagem Corporal. Fáceis e simples. Comece hoje mesmo a experimento-las na prática e aproveite os resultados!
Quando você usa o feromônio, você influencia tão sutilmente a predisposição natural das mulheres que não exige praticamente esforço nenhum de sua parte para conquistá-las.
Desta forma, a mulher que você desejar conquistar rapidamente se sentirá envolvida por você e se renderá às suas palavras e atitudes. Ela terá uma experiência agradável e divertida ao seu lado, fazendo que suas palavras entrem no subconsciente dela e controlem sua mente.
Quando você penetra na mente da mulher, a conquista se torna apenas uma questão de tempo. Como você estará “andando” de acordo com o fluxo natural da mulher, você elimina qualquer forma de resistência. A conquista não poderia ser mais fácil.
Milhares de usuários, exatamente como você, já comprovaram que o feromônio realmente funciona maravilhosamente. E a grande maioria das pessoas faz um novo pedido de feromônio quando percebe o quanto esta poderosa substância mudou suas vidas para sempre.

Programação de verão
Nova quebra de recesso, só para dar uma atualizada. Mas a programação é de verão, ou seja, requentados e produções terceirizadas. Divirtam-se.

Conversa ao pé do blog - Tatiana Contreiras
ONZE PERGUNTAS PARA UM WEBLOGGER
Falamos com Tati, jornalista de O Dia e autora do Figurinha
1- Por que a idéia de ter um blog?
>>>>>>> Dos oito aos dez anos, escrevi em diários fofos dos amiguinhos da Hello Kitty. Dos onze aos dezesseis, admito, fiz agenda. Colava adesivinhos, recortes, ingressos de cinema, essas coisinhas que toda
menina fazia. Daí fiquei um tempo sem escrever. Absolutamente nada. Gosto de escrever coisas que eu vejo, observações sobre bobagens do cotidiano. Daí para o blog foi um pulo. Repare que os adesivinhos, recortes e aquelas coisinhas de agenda continuam lá. Comecei no finado Desembucha, em julho/agosto de 2001, pulei para o Weblogger, onde fiquei um tempo lutando com o tal servidor-que-vive-dando-defeito-de-lá. E agora, desde junho deste ano, estou no Blogger muito bem.
2- Para quem você contou primeiro que ele existia, e por quê?
>>>>>>Foi para o Marcelo Caldas(http://rumoaonada.blogspot.com), o famoso *meuamigoMarcelo* dos meus posts, quase-jornalista, cinéfilo e baixista de mão cheia (sem trocadilhos!). Depois acho que foi para o Márvio dos Anjos (http://nobrefarsa.blogspot.com), também bem presente em Figurinha. Para o Marcelo porque sempre lia o que ele escrevia - logo depois que comecei Figurinha ele começou o Rumo ao Nada - e era e é uma pessoa em que eu confiava e confio totalmente, que somente em última instância me acharia ridícula por ter um blog e que tem um senso crítico maravilhoso. Para o Márvio porque foi lendo A Nobre Farsa - na época ainda no Desembucha - que pensei "ahn, isso parece legal...".
3- Esse é seu nome verdadeiro? (se sim: Por que você acha melhor não revelá-lo? A internet ainda te assusta nesse ponto?)
>>>>>>>>>>Ahn, sim, é. Mas de vez em quando tiro meu sobrenome, mas todo mundo sabe que Tati, que escreve em Figurinha, é Tatiana Contreiras. Sei lá. As pessoas comentam "ahn, como você pode ter vergonha do que escreve e publicar na Internet?". Não tenho vergonha das pessoas que eu não conheço, mas sim de quem eu conheço. Quando algumas pessoas daqui do meu trabalho descobriram o blog, eu não sabia onde enfiar a cara. Muita gente ainda acha que blog é "uma coisa meio nerd". Sem contar que determinados
acontecimentos eu mesma censuro, senão seria o meu fim =). Realmente a Internet me assusta nesse ponto, muitas vezes penso "ahn, como vai ser se fulano ler isso?". Aí escrevo, deleto, reescrevo... Mas sobre tentar me esconder, nunca pensei em usar outro nome, no máximo meu singelo Tati, que é como me chamam e como eu gosto que me chamem. Por isso que às vezes tiro meu sobrenome, como eu falei.
4- Qual é a audiência média de seu blog?
>>>>>>>> Umas 40 e tantas, 50 por dia, metade dos amigos, a outra metade de pessoas alheias que não sabem fazer buscas no Google =). E sem contar as pessoas movidas pelo Gongo, criação ótima do Nando Rossi (www.nandorossi.com) que me fez conhecer vários outros blogs muito bons...
5- Há um tema central? Que tipo de post atrai mais comentários dos leitores?
>>>>>>>>> Não tem um tema central. São coisas que eu vejo, coisas que eu penso, reclamações mal humoradas e suspiros de menina boba. O que atrai mais comentários geralmente são aqueles meio... 'constatatórios', do tipo "Os homens são todos iguais" ou "Preciso morar sozinha", ou as perguntas
soltas, tipo "Porque eu sou tão boba?". Ahn, sei lá. As pessoas não costumam comentar tanto isso =P
6- Há como comparar os blogs com alguma outra coisa do passado (do mesmo jeito que comparamos o email às cartas)?
>>>>> Talvez com as agendas de meninas, por esse lance dos adesivinhos, recortes, essas coisinhas. É o mais próximo dos blogs, creio eu.
7- O que você mais descobre com os blogs? Pessoas que vc gostaria de
conhecer ou pessoas que você não gostaria de conhecer? Por quê?
>>>>> Ahn... Não sei, talvez que existem pessoas por aí muito parecidas comigo e entre elas mesmas... Não sei bem. Já conheci algumas pessoas de alguns blogs e é sempre muito engraçado. Já cansei de ser apresentada como a "Tati Figurinha", amiga do "Hagen Ap603" e por aí vai. É engraçado =)
8- O que lhe desagrada nos blogs? Comentários anônimos? Posts diários superficiais?
>>>> O que mais me desagrada... Não sei. Não costumo receber muitos comentários anônimos... E se eu criticar posts diários superficiais já vou estar me condenando, né? =)
9- Hoje você JÁ COMEÇA a navegar primeiro por algum blog? Se não, qual sua página inicial?
>>>>>Tenho uma seleção de blogs que leio todos os dias, a maioria de amigos, pessoas que gosto muitíssimo. Mas minha página inicial é do Yahoo, questão de praticidade, para ficar mais fácil de abrir meus e-mails.
10 - Além do seu, cite seus blogs favoritos
>>>>> Além do Rumo ao Nada, que já comentei logo ali ó, na segunda pergunta, tem o Brazileira!Preta, da Clarah ( http://brazileirapreta.blogspot.com), que junto com o Márvio foi o fator-provocador-da-vontade-de-ter-blog; o notas.gonzo ( http://www.exquisite.com.br/gonzo), da Ciça Giannetti, leitura de todos os dias; o Apartamento 603, do Luiz Hagen, *meumelhoramigo*, repórter e gatinho (hehehe). Também, claro, o Little Lina (http://littlelina.blogspot.com), da Cati, amiga querida cheia de comentários irônicos e sarcásticos sobre o cotidiano... Basicamente, são esses. Ufa. Fora os que vou descobrindo por aí, clicando num link ou outro, e que vira e mexe dou uma olhada. Na verdade todos que estão na seção de ::Outros Cromos:: eu leio todos os dias, como o da Alê, da Mylene...
11 - Está com alguém? Se não, pensa em conhecer alguém primeiramente por seu blog?
>>>>Conhecer alguém primeiramente pelo blog? Nunca pensei nisso. Mas algumas pessoas eu conheci assim e tive boas surpresas, como o Gabrig, do Low Profile, menino ótimo, divertido e dono de um dos meus blogs preferidos (http://pemba.blogspot.com). Acabamos descobrindo que temos amigos muitos em comum e nos conhecemos pessoalmente no show do Glamourama. Mas fica só na amizade mesmo. Pelo menos até hoje foi assim e por um bom tempo, acho, vai continuar sendo =)

Lombrou
A tal parceria entre Blogger e W-Bloggar, então, acabou, né? Podiam ter avisado. Se não acabou, não entendo porque o programinha não funciona mais há um mês.

Roubada 2002
Li esse texto abaixo no blog do Maggi e pensei em lançar o concurso, através dos comments daqui: qual a grande roubada de 2002? Quem quiser descrever em crônica, pode enviar para mim. A roubada será publicada aqui.
Leia agora, esse texto mais que dramático:
Quando cheguei à Marina da Glória eu já sabia que estava indo para uma roubada. Aliás, sabia disso desde que Valente me chamou para ir a uma festa em um barco (primeiro indício da roubada), pagando 30 real e com comida e bebida liberada. O pessoal da tecnologia do Globonews.com ia em peso (segundo e fortíssimo sinal de roubada). Mesmo assim acabei indo. Afinal, pensei, nada pode ser pior que ficar em casa sozinho comendo pizza e trocando de canal a procura de algo bom na TV. Eu estava errado, muito errado.
Quando avistamos o barco, nem quis acreditar que era naquilo que iríamos singrar as águas da Baía da Guanabara. André (quem conseguiu convencer todo mundo a ir) foi se informar. Ficou uma hora conversando na entrada do barco, nos ignorando. A turba já começava a procurar paus e pedras para começar o linchamento. No final, o barco era aquele mesmo. Embarcamos e eu fui logo atacar a comida (não tinha jantado e queria fazer meus trinta real valer a pena). Só pãezinhos e pastinhas. Como a fome era negra, fiz logo uns cinco big sandubas.
Para beber só cerveja, em tanques espalhados ao longo do barco. Pelo menos tinha muita cerveja. Fomos todos para a proa, sentar e beber.
O som ainda não estava rolando porque é proibido dentro da marina. Depois de várias horas, finalmente zarpamos e após algum tempo, começou a música. Teria sido melhor se não tivesse começado.O pior do bate-estaca começou a rolar enquanto o barca ia em direção à ponte Rio-Niterói. Quanto ao público, composto basicamente por casaizinhos, garotões metidos a playboys, algumas gatinhas, e algumas pegáveis. Ou seja, desisti logo de qualquer esperança de azaração. Festa em barco tem o problema de não poder ir embora, mas também tem o problema de você saber que não vai chegar mais ninguém. Sem qualquer chance alguma mulher interessante aparecer no meio da noite.
Ah, outro problema: o banheiro. Você já viu o banheiro de um veleiro? Se não, nem queira. E para piorar, sempre tinha filas enormes. Cogitei seriamente de usar a baía como privada, mas fui dissuadido.
Nisso, o barco já tinha passado por debaixo da ponte, feito a volta e rumava para a Urca. E foi lá o que estava ruim ficou péssimo. O DJ resolveu nos presentear com uma sessão de axé, seguida de muito funk. Pelo menos dava para rir da galera do suporte mamada dançando e cantando todas as músicas. Com coreografia ensaiada.
Às 4h da matina, estava desembarcando, pensando no que eu tinha perdido de bom na TV.

15 dezembro, 2002

Breaking news 2
Nova interrupção do recesso de fim de ano para anunciar, com algum atraso, que já está no ar, desde o dia 13 passado, o imperdível site http://www.mantosagrado.kit.net/. Quem for rubro-negro, clica lá.

14 dezembro, 2002

Breaking news
Interrompemos o período de férias deste blog para informar: a birosca está aberta novamente.

10 dezembro, 2002

Festa boa
A de sexta passada, do André e da Alessandra. Bebi só cerveja. Mesmo assim, deu para ficar torto o suficiente para acontecer uma cena que eu só lembrei agora, três dias depois: um dos convidados chegou para mim e perguntou se eu era o Gustavo. Aí eu disse que era, o cara disse que tinha vindo à festa pelo blog, porque leu aqui, etc. Eu achei legal, e tal, mas acabei esquecendo o nome dele.
Foi a primeira vez que alguém foi seguindo o anúncio daqui. Legal, isso.

Programação de férias
As férias deste blog estão boas. Para não enferrujar, vai aqui um texto que considero de imenso valor literário, e que tem com certeza a idade da internet. Quem já leu, vai identificar logo.
Aeroporto de Buenos Aires, 15:30. Pequeno mal-estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada e um peidinho não aliviasse. Mas, atrasado para pegar o ônibus que o levaria para o outro aeroporto da cidade, de onde partiria o vôo para Cordoba, resolveu segurar as pontas. "afinal de contas, são só uns 15 minutos de viagem. Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta. "Tranquilo. O avião só saia as 16:30.
Entrando no Ônibus, sem sanitários, sentiu a primeira contração e tomou consciência de que sua gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cocoras assim que entrasse no banheiro do outro aeroporto. Virou para o amigo que o acompanhava e sutil, falou:
"Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro." Nesse momento, sentiu o inevitável, mas segurou a onda. O ônibus nem tinha começado a andar quando para seu desespero, uma voz em castelhano disse pelo alto-falante: "Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1 hora". Aí o bicho começou a pegar, o cocô querendo sair a qualquer custo! Fez um esforço herculeo para segurar o trem merda que estava para chegar na estacao bunda a qualquer momento. Suava em bicas. Seu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar o sarro. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham se acomodado. Tentava se distrair vendo a paisagem mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada, mas com um vaso sanitário. Tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele. E o papel higiênico então: branco e macio e com textura e perfume e - ops! sentiu um volume almofadado entre seu traseiro e o assento do ônibus e percebeu consternado que havia cagado. Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que da vontade de ligar pros amigos e parentes e convida-los à apreciar, na privada, tão perfeita obra: Dava pra expor na bienal. Mas sem dúvida, não nesse caso.
Olhou para o amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessou sério:
"Cara, caguei." Quando o amigo parou de rir, uns cinco minutos mais tarde, aconselhou-o a ficar no centro da cidade, escala que o ônibus faria no meio da viagem, e que se limpasse em algum lugar. Mas ele resolveu que ia seguir viagem, pois agora estava tudo sob controle. "Azar, me limpo no aeroporto,"-pensou- "pior que isso não fico".
Mal o ônibus entrou em movimento, a colica recomeçou forte. Ele arregalou os olhos, segurou-se na cadeira mas não pode evitar e sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de merda. Desta vez como uma pasta morna. Foi merda pra todo que é lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cuecas, barra da camisa, pernas, panturrilhas, calças, meias e pés. E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que queimam o fiofo do freguês ao sair rumo a liberdade. E depois um peido tipo bufa, que ele nem tentou segurar, afinal de contas o que era um peidinho pra quem já estava todo cagado. Já o peido seguinte foi do tipo que pesa e ele se cagou pela quarta vez. Lembrou-se de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que resolveu botar modess na cueca, mas colocou com as linhas adesivas viradas para cima e quando foi tira-lo, levou metade dos pelos junto. Mas era tarde demais para tal artifício absorvente. Tinha tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia ajuda-lo a limpar a sujeirada.
Finalmente chegou ao aeroporto e saindo apressado com passos curtinhos, suplicou ao amigo que apanhasse sua mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que ele pudesse trocar de roupas. Correu ao banheiro e entrando de box em box, constatou a falta de papel higiênico em todos os cinco. Olhou para cima e blasfemou: "Agora deu, né?" Entrou no último, sem papel mesmo, e tirou a roupa toda para analisar sua situação (que concluiu como sendo o fundo do poço) e esperar pela mala da salvação com roupas limpinhas e cheirosinhas e com ele uma lufada de dignidade no seu dia. Seu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o "check-in" e ia correndo tentar segurar o vôo. Jogou por cima do box o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto. Ele tinha despachado a mala com roupas. Na mala de mão só tinha um pulover de lã de gola "V".
A temperatura em Buenos Aires era aproximadamente 35 graus. Desesperado, começou a analisar quais de suas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis. As cuecas, jogou no lixo. A camisa, a mesma historia. As calças estavam deploráveis e assim como suas meias, mudaram de cor tingidas pela merda. Seus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10 Teria que improvisar. A necessidade é a mãe da invenção, então ele transformou uma simples privada em uma magnífica maquina de lavar. Virou as calças do lado avesso, segurou-a pela barra, e mergulhou a parte atingida na água. Começou a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu. Estava pronto para embarcar. Saiu do banheiro e atravessou o aeroporto em direção ao portão de embarque trajando sapatos sem meia, as calças do lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulover gola "V" sem camisa.
Mas caminhava com a dignidade de um lorde. Embarcou no avião, onde todos os passageiros estavam esperando o "RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO" e atravessou todo o corredor até o seu assento ao lado do amigo que sorria. A aeromoça aproximou-se e perguntou se precisava de algo. Ele chegou a pensar em pedir uma gillete para cortar os pulsos ou 130 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante, mas decidiu não pedir: "NADA, OBRIGADO, EU SÓ QUERO ESQUECER ESTE DIA DE MERDA".


09 dezembro, 2002

Como perder dezenas de textos e como se divertir dançando em dezembro
Baixei há muito tempo o W-Bloggar. Segundo dizem, dá para postar textos nessa bodega aqui sem precisar estar conectado (você publica depois). Aí, fui clicar em "postar", apenas, e o computador tenta se conectar. Insisto, a mesma coisa. Aí entro numa: "Bom, acho que não dá para postar, tenho que "salvar" e depois, conectado, postar". Vou salvando e abrindo "novos posts". Conecto. Nada, em lugar algum. Perdi tudo.
Bom, eu estava dizendo, no final do último post, que vou abandonar essa merda aqui um pouco. Segue abaixo o calendário de festas que ainda restam em dezembro, só para constar.
Boas festas.


Festa do dia 10, terça - Galera de ex e atuais funcionários do diário da Cidade Nova. Apesar de não ter ouvido falar de nenhum ex-funcionário que possa dar as caras. Aliás, estou em dúvida se os funcionários irão mesmo ou vão só os mesmos dez de sempre. Entrada R$ 5 e consumação R$ 7
Festa do dia 12, quinta - Pessoal de ex e atuais JB. Entrada R$ 5 e consumação R$ 7.
Festa do dia 13, sexta-feira - Pré-reveillon ou pós-halloween (quem quiser ir no pré-reveillon, vai de branco, quem quiser ir no pós-halloween, vai de preto, afinal é sexta-feira 13). Organização e divulgação de Alexandre Lalas. Entrada R$ 8 (R$ 5 com filipeta), consumação R$ 7.
É isso aí. E dá-lhe Peixe.
Ah, em tempo: o W-Bloggar e o Blogger realmente não se entendem nunca.

06 dezembro, 2002

Reprodução não-autorizada
Não tem jeito. Não pedi autorização, mas reproduzo aqui texto do rubro-negro Maurício Neves, que entra para a série dos "Textos que eu gostaria de ter escrito".
Cheiro: Dejan ajeitando a bola em 27 de maio de 2001, jogo acabando, meu pai disse: cheiro de tri.
Hoje é 3 de dezembro. Em 1978:
- Pra cima deles, p...! , gritava Rondinelli. O empate em zero daria o título do segundo turno do estadual ao Vasco, e o direito de decidir o campeonato com o Flamengo, campeão da Taça Guanabara.
Guina pregava em Zico, Manguito e Rondinelli espremiam Roberto Dinamite. As poucas chances de gol, chances de quem precisava da vitória, eram dominadas por Leão.
O empate deitava raízes quando o Maracanã parou. Parou para ver Zico cobrar o escanteio da ponta direita, a quatro minutos do fim. A bola veio alta, para descer na altura do pênalti. Tentando alcançá-la saltaram os milhares de rubro-negros das arquibancadas, os mortos, os vivos, saltaram Valido, Dida e Doval, mas quem saltou mais alto foi Deus. Rondinelli rompeu voando entre Abel e Orlando e cabeceou com a força de milhares de vivos e mortos, estourando a meta do Vasco.
Flamengo campeão, Vasco vice. Até hoje Rondinelli é chamado assim. Deus. Da Raça.

Hoje é dia de pauleira
Depois do trabalho, vai ser só uma passada rápida em casa para pegar os CDs. Pois hoje, sexta-feira, é dia de festa rock and roll do companheiro André Machado e da minha ex-partner de blog Alessandra Archer. Promete ser de arrebentar. Vai ser lá na SPIN (Rua Teixeira de Melo, 21, quadra da praia, em Ipanema - a primeira rua a partir da Rainha Elisabeth), como vivo repetindo ad nauseum.
André Machado, The Axe, é das grandes personalidades que já conheci. Completando 40 anos agora, é uma espécie de último bastião do velho e bom rock and roll, sem frescuras. Leitor de John Fante, Bukowski, Oscar Wilde, repórter de Informática dos mais prestigiados, é figura que merece toda a festa.

Secada com sucesso
E o Grêmio vai embora. A repulsa a esse timinho é tanta que cheguei a torcer pelo Fluminense para os gremistas não irem para a Libertadores. Que merda. Foram. Paciência. Agora vou de Peixe, para não ter que ficar ouvindo que "o Corinthians tem quatro títulos, igual ao Flamengo, que tem quatro, porque em 1987 o Sport foi o campeão". Vamo lá, meu Alvinegro da Vila Famosa!
Tchau, caneleiros do Tite. Secarei o Grêmio na Libertadores desde a primeira fase.

O presente
Pedi para não ir ao trabalho nesta quinta-feira. Irritações estranhas na minha pele me levaram ao dermatologista. Em Ipanema, com uma certa fila, mas um bom atendimento. Basicamente, o que o dermatologista me disse: "Você tem alergia a calor". Sério. O cara disse que não sabia o que ao certo tinha provocado as irritações nos meu antebraços e nas pernas, mas disse que podia ser algo que, se não fosse o calor senegalês a secar minha pele, teria passado despercebido. Obviamente deixei boa parte de minha conta bancária na farmácia e passei na Letras & Expressões com Marcele, que tinha me acompanhado na ida ao médico. Lá pelas 17h, comprei o DVD da obra-prima Cinema Paradiso (nas bancas por R$ 19,90) para me confortar da pele cheia de coisas estranhas - me sinto um ogro. Se é que eu não sempre fui.
Comento com Marcele que acho legal a coleção de todas as edições da Super Interessante em CD-ROMs. Uns 40 paus. Ela fala que vai me dar de Natal. Recuso na hora. "Não é um presente romântico", eu digo.
Ela me pergunta o que é um presente romântico (se esquecendo que foi ela quem me deu "Are you passionate?", do Neil Young, o presente mais romântico de toda a história da humanidade).
Realmente. O que é um presente romântico. Bom, a primeira coisa que devemos pensar é que o presente romântico é um objeto com uma história atrelada. Isto exclui, por exemplo, Braun Mini Piner da Walita, sabonetes de luxo, perfumes, camisas do Vasco e coleções de Seleções do Reader´s Digest. "Mas você me disse que daria uma bicicleta", ela argumenta. Eu respondo que uma bicicleta é um objeto que pode ser um presente romântico, a partir do momento em que passaríamos horas andando de bicicleta em torno da Lagoa Rodrigo de Freitas.
O presente romântico é algo que tem cerca de 65% de chances de ser um livro ou um CD. Algo que se eterniza no ato em que é utilizado. Um CD do Otis Redding, por exemplo, é um presente romântico ducacete. "These arms of mine", você ouve, e como não se lembrar de quem lhe deu o presente, se foi alguém do sexo oposto?
Um pacote incluindo uma garrafa de champanhe, um lenço de seda (para tampar os olhos da mulher) e um par de algemas (além do fetiche, simbolizando a união) também é um bom presente romântico.
Caras com dinheiro têm mania de dar coisas caríssimas, tipo home theater ou assinatura do Sky para suas mulheres. Bobagem. É coisa que elas podem usar com outro, depois que o namoro terminar. Agora, sinceramente, se um dia eu e Marcele não estívessemos mais juntos (coisa que acho bem difícil de acontecer), em nenhuma hipótese eu ouviria "Are you passionate" com alguma outra mulher. Esse é o verdadeiro presente romântico, o que impõe barreiras. "Você só pode usar comigo", parece dizer o presenteador.
Enfim, o verdadeiro presente romântico jamais é útil. É, por definição, deliciosamente desnecessário.
Ainda que hoje em dia eu não saiba viver sem "Are you passionate?", do Neil Young.

04 dezembro, 2002

Calendário de festas
Nesta sexta, começam as festas na Spin (Rua Teixeira de Melo, 21, Ipanema, quadra da praia). Vamos lá, item por item:
Sexta-feira, 6 de dezembro, Aniversário do Barba e da Alessandra Archer - O amigo André Machado e a minha ex-sócia de blog Alessandra Archer festejam seus aniversários . Essa festa vai ser pauleira. Quem não curte muito rock and roll, melhor não ir. Repertório que o Barba pediu - e provavelmente a Alessandra vai concordar - é basicamente de três acordes...
***
Terça-feira, 10 de dezembro, Festa de fim de ano do diário da Cidade Nova - Estão convidados também ex-funcionários do jornal, mas tenho lá minhas dúvidas se algum vai aparecer. Mandei emails para vários, e simplesmente nenhum me respondeu. Paciência. Essa festa vai ser boa, pois vai reunir Redação, Marketing e Comercial. Detalhe: já tem gente pedindo para eu botar uma música do Khaled. Em homenagem a alguém, que eu não sei quem é. Bom, vamos ver. Essa deve ser legal.
***
Quinta-feira, 12 de dezembro, Festa de ex e atuais JBs - Essa vai ser pauleira também. Galera que trabalhou e que trabalha no Jornal do Brasil, povo lá pelos idos de 1996, 1997, reunidos no mesmo evento. Está mais do que confirmada. Desta vez, nada de DJ de tecno ocupando a pista maior, deixando-a vazia, como foi na última vez.
***
Sexta-feira, 13 de dezembro, Reveillon Antecipado - Idéia e divulgação toda a cargo do endiabrado Alexandre Lalas, que deverá inclusive colocar som também em metade da festa. Deve rolar champagne e o preço deve ser diferente: R$ 5 para quem tiver filipeta e R$ 8 para quem estiver sem. Para quem está a fim de fechar o ano com alguém, recomendo essa.
***
Acrescentando: todas as festas, com exceção do reveillon antecipado, terão consumação mínima de R$ 7 e entrada de R$ 5. Qualquer dúvida, ou mesmo se quiser uma data para fechar a Spin, mail-me.
****
Depois disso tudo, só a lembrança: faltam 25 dias para as minhas férias.

Diversão garantida
Foram pouco mais de doze horas de bloqueio de IP. Acabou agora há pouco, diante dos pedidos insistentes de um dos contendores, que quer o adversário podendo acessar o comments. Mas apesar do pouco tempo, foi divertido demais. Só o email que eu recebi já me fez rolar de rir na redação.
XXXXX [SMTP:xxxxxx@xxxx.com.br]
Enviada: Quarta-feira, 4 de Dezembro de 2002 14:56
Para: Gustavo de Almeida; Marlos Mendes
Assunto: O dono da bola
Algum de vocês se lembra, na infância, de ter conhecido um tipo de moleque
insuportável, que geralmente aparecia pra jogar bola, andar de bicicleta ou
brincar de qualquer merda de banho tomado e com o cabelinho penteado? Mesmo
quando não eram os donos da bola, o que era raro, meninotes assim costumavam
causar problemas. Numa pelada, por exemplo, ao menor sinal de
desentendimento, preferiam sair do jogo, não importando se tivesse alguém,
ou não, na de fora. O importante, para eles, é que não podiam ser
contrariados, e que se fodesse a vontade da maioria de continuar jogando.
Era mais ou menos assim: eles emprestavam a bola numa boa, desde que o jogo
corresse da maneira que quisessem.
Hoje, descobri que AINDA convivo com gente dessa laia. Conheci um moleque de
34 aninhos, que tem um blogzinho aberto aos comentários de todos. Tudo muito
integrado à nova modinha entre jornalistas blogueiros, que quando não estão
elogiando-se uns aos outros adoram mostrar ao mundo suas idéias brilhantes
sobre tudo. Só que esse moleque, chamado GUSTAVO DE ALMEIDA, não aguenta
muito com comentários contrários à (SIC) sua opinião. Ao menor sinal de que lhe
faltará argumentos para responder, prefere bloquear quem está irritando.
Mas acho que a culpa é minha. Não consegui perceber até hoje que para fazer
comentários nesses tais de blogs tem de ser só de elogios, tipo dizer que um
texto idiota é maravilhoso, ou que 'é uma honra receber citações no blog da
fulana de tal', mesmo sem nunca ter visto ou tomado um chopp com a fulana de
tal, ou com o sicrano da puta que pariu.
Só espero agora que o Gustavo seja homem de manter essa babaquice de
bloquear meus comentários, até porque não pretendo voltar mais a blog algum,
muito menos o dele. Não consigo ser uma pessoa na vida real e, na internet,
me transformar num gentil puxa-saco. Pode ficar tranqüilo, então, Gustavo.
Não vou mais atrapalhar seu maravilhoso mundinho virtual.


Sensacional. O mais engraçado é que eu não bloqueei por causa de opiniões contrárias à minha. Bloqueei porque estava enchendo o saco, só isso. Mas só essa pirracinha ("não venho mais aqui") já valeu o dia!

02 dezembro, 2002

O encontro com a História
Neste dia 2 de dezembro, acordei cedo, e fui para o Leme, direto da minha casa. Eu e o chefe da fotografia do jornal. Tocamos o interfone de um prédio antigo, até humilde, apesar de ser de frente para o mar, mas humilde para o morador que tem.
Subimos pelo elevador até o terceiro andar e entramos por um corredor escuro, de onde saio para uma grande sala, arejada pelos janelões abertos e pela brisa que entrava, vinda diretamente do mar. Ou da África.
Em uma sala conjugada, um homem velho está sentado numa poltrona. Vejo apenas parte de sua cabeça, cabelos grisalhos e alinhados. Ele olha fixo para uma televisão, ligada no canal Globonews. As mãos colocadas nos apoios da poltrona de costado alto lembram a posição de um rei.
Com ajuda de um empregado, ele se levanta, aos poucos, combalido. Este homem se chama Telê Santana. Como diria Napoleão Bonaparte, 50 anos de futebol nos contemplam neste momento.
Telê sofre as seqüelas de uma isquemia sofrida em 1996, e tem dificuldades para falar. É nessas horas que deixamos de acreditar em castigo - pois não pode ser por castigo que Deus escolheu esse caminho para Telê. O mesmo homem que mostrava energia, sabedoria, rancores, raivas, emoções, estava ali, munido apenas de um sorriso - não fosse o mesmo sorriso que ostenta há décadas, talvez não fosse o mesmo homem.
Sua mulher fala com orgulho, enquanto ele concorda com a cabeça, e de vez em quando diz frases curtas. As conquistas pelo Fluminense como jogador (Telê ganhou um título mundial pelo Tricolor em 1952, um campeonato mundial reconhecido na época pela FIFA), vários estaduais, torneios Rio-SP (dois, eu acho), e um estadual como técnico. E ainda o único título brasileiro do Atlético-MG. E um bicampeonato mundial pelo São Paulo. Sem contar o fato de ter montado times espetaculares mas que não venceram títulos, como o Brasil de 1982 e o Palmeiras de 1979.
E de repente, começamos a falar de 1982. Sua mulher elogia o time, diz que Deus determina as coisas, e que Suas escolhas são inapeláveis. Telê fica sério.
Interrompo a mulher para falar da minha grande tristeza, do trauma que talvez atinja toda uma geração: a cabeçada de Oscar no final do jogo contra a Itália, quando perdíamos por 3 a 2. O zagueiro sobe em um escanteio e cabeceia a meia-altura, no canto esquerdo do goleiro italiano Zoff. Este faz a maior defesa de sua vida, pegando a bola praticamente com uma das mãos e caindo agarrado à bola.
Telê se lembra e exclama:
- Foi a maior defesa da vida do Zoff. Caiu com a bola junto. Uma grande defesa.
Me surpreendi um pouco - afinal, antes de tudo foi uma defesa que interrompeu um sonho, dele e de milhões de brasileiros. Mas Telê fala dela com a altivez que sempre caracterizou sua carreira, como se antes dos sonhos viesse a paixão - no caso, o futebol.
Já ao final, quando perguntei à mulher de Telê o motivo de seu apelido, ela respondeu que tinha sido um concurso da época. O apelido, para quem não sabe, é Fio de Esperança.
E vi então a explicação: o suspiro profundo de Telê ao ouvir de novo o apelido, um suspiro que ele ainda não havia dado durante toda a entrevista. Um suspiro que era quase um fio de esperança.
Faz sentido. Nada pode ser Telê. No máximo, "quase". Afinal, Telê é desses homens que são a História.

01 dezembro, 2002

Calor e automobilismo
Sábado de plantão, emendado com festa de aniversário do meu irmão na Tijuca. Claro, com uma lua de 43 graus. Saí do jornal já à noite, mas o calor era tão grande que parecíamos estar em Bangu às duas da tarde. Desnecessário dizer que o superbem-humorado motorista do táxi cagou solenemente para o fato de eu estar parecendo um estivador de tão suado. Mas conseguimos ir.
Marcele também tinha um compromisso de família, o que só piorou as coisas. Enfrentar eventos "sociais" sem ela é terrível, depois que a gente se acostuma. Evento "social" para mim é todo e qualquer evento em que eu não possa falar em voz alta a frase "PUTA QUE PARIU, MAS AQUELE LATERALZINHO É UMA MERDA, HEIM?". Pronto, está definido. Com os sogros do meu irmão na parada, impossível analisar o Anderson e o Édson, ambos do Flamengo.
Chego lá, e vejo dois rostos conhecidos. Três, com o meu irmão. Quatro, com minha cunhada. Sogro e sogra alheio eu não conto. Cuidando da boa temperatura do ambiente, dois ventiladores de teto razoavelmente eficientes. Porém, como em qualquer ventilador de teto, foram esquentando e em pouco tempo geravam ar quente. E houve ranger de dentes na hora em que foi necessário desligar ambos para soprar as velas. Acho que é por isso que há anos não sopro vela em bolo de aniversário: o meu é em janeiro.
Pintou lá uma amiga do meu irmão, Suzane. Não reconheci nem a porrada. Me cumprimentou e obviamente deu para notar que a moça também nunca tinha me visto mais gordo. Aí minha mãe esclarece: "Ela foi para a Bahia com a gente de carro". Depois fui fazendo associações e lembrei que é a Suzane que começou a correr no automobilismo, etc, em diversas categorias. E parece que ela já foi atriz, canta, escreve, faz coisas como se o dia dela tivesse 29 horas.
Só que aí calculei: "Porra, eu fui à Bahia de carro com meu pai em 1981. Caceta, são 21 anos idos. É tempo pra caramba. Se dizem que de sete em sete anos a gente troca as células, obviamente que já não fui eu que fui à Bahia com a Suzane, e sim outros tantos bilhões de células já mortas". Pensado isto, virei para minha mãe e decretei: "Definitivamente, isso foi em outra encarnação".
Ainda bem que ela não ouviu, pois é até gente boa. Nos deu uma carona, a mim e minha mãe, até em casa. Sabendo das atividades automobilísticas dela, não pude deixar de tremer um pouco quando ela se ofereceu, supergentil: "Ora, eu levo vocês". Pensei: "A 190km por hora? Ou a 330 mesmo?".
Bobeira minha, ela foi numa boa e nos deixou aqui enquanto contava de como conheceu Antonio Pizzonia quando moleque. Detalhe: com tudo isso, errou o caminho e nós, ao invés de irmos em direção à Praça da Bandeira, subimos o Alto. Mas percebemos todos o erro e voltamos a tempo.
Aí, chego em casa, ligo para Marcele e dá "fora da área de contato". Saco. Entro na internet. Tá tudo uma merda. E que calor. Bom, viva o ar condicionado. Vou dormir.

No clima de dezembro
Dezembro, todo mundo sabe, é mês de comemorar, de relembrar, de se sentir emocionado ao pensar na conquista do Mundial Interclubes de 1981 pelo Flamengo. Certamente o bom vascaíno - imbuído do mais profundo recalque - argumenta que o Liverpool era um "time de bêbados", apesar de não explicar como eles conseguiram então ganhar o título europeu e o direito de disputar o Mundial no Japão. Mas, ora, o que interessa é apenas que o Flamengo tem e o Vasco não tem. Só isso. Para mim, essa frase liqüida qualquer nhenhenhém.
Para comemorar mais um aniversário daquela inesquecível conquista, o grande Maurício Neves criou uma série de banners. O primeiro deles estará em breve aqui neste blog - claro, colocado por Marcele. Aliás, em breve não: acabo de ver que já está publicado, lá embaixo, o último entre as campanhas.